Vejam o vídeo sobre a Casa 2 (Maya) do tabuleiro Maha Lila:
O texto que Vajra Kika leu foi o seguinte:
Casa 2 – Ilusão: maya
Nada é como lhe parece.
Maya é um palavra em Sânscrito que literalmente significa “aquilo que mede ou dá forma”. É a maneira como podemos observar o mundo por meio das representações e imagens em nossas mentes, as ilusões.
Mas o que se guarda na memória nunca é 100% fiel ao ocorrido.
A infinidade de imagens que se vê faz parecer que existem coisas independentes umas das outras. Mas nada existe em separado no Universo. Seu corpo, por exemplo, não sobrevive sem o ar ao seu redor, sem o sol que o aquece e nem mesmo sem as bactérias que o acompanham em simbiose. Enfim, você nem mesmo existiria sem todas as coisas que estão à sua volta e até dentro do seu corpo.
Confundir essas imagens mentais com o mundo real leva da ilusão à delusão (Casa 6), criando o Véu de Maya que ofusca a percepção da unidade cósmica. São como nuvens que impedem de se ver o sol por trás delas. As nuvens existem, mas quando se dissipam se pode ver que o sol sempre esteve lá (metáfora criada por Shankara, mestre hindu do séc. VII).
Surgem os pensamentos sobre o que sou eu e o outro, o que é meu e o que é dele – de onde brotam os diversos sentimentos negativos expressos nas casas seguintes da primeira estação.
O filósofo hindu/americano Ramakrisna Puligandla (séc. XX) diz que Maya é fruto da ignorância de que existe marcada diferença entre as aparências e o real.
É por isso que a maior serpente do tabuleiro, da Casa 63 (escuridão: tamas), trás de volta o Caminhante Lila para cá.
A solução é simples mas não é fácil, como dizia Nisargadatta Maharaj : consiste “apenas” em compreender a ilusão das imagens e da dualidade e não embarcar em delusão.